Poemas de uma carioca desgarrada XIV
28/12/2015
Sem introdução, sem prefácio, nada de repetir o já célebre “poesia numa hora dessas”. Estamos todos cansados e um pouco desiludidos. Hora de calar.
SILÊNCIO
No meu silêncio…
Cabem todos os mundos
Do mais singelo
Ao mais imundo.
No meu silêncio…
Cabem todas as cores
A mais clara
Também, a mais impura.
Em meu silêncio
Cabem todos os sentimentos
Do mais sublime
Ao mais infame!
Um silêncio abissal,
Inflamado,
Febril,
Gélido, vil.
Um silêncio pensante,
Cardo,
Fingindo-se de surdo,
Descaradamente sem face,
Mascarado de tristeza,
Buscando razão de ser,
Arquitetando pilares,
Sustentação de montanhas
jamais escaladas.
(-Norma Martins-)
17 de julho de 2015
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