Parque da Cidade (III)

2) Praça das Fontes

Entra ano, sai ano, o Poder Público anuncia que vai reformar a praça atribuindo-lhe novas destinações. Eu acredito, a promessa vai ser cumprida. Vai ser cumprida assim que as autoridades concluírem a revitalização da W3 Sul.

O Mapati já deu e recebeu uma força ($$$) para alegrar o local, em algumas poucas oportunidades, com o caminhão-palco – uma das nossas encenações, pavorosa, trash. Há cerca de dois anos, nosso teatro produziu o Pato Fu, naquele excelente show infantil deles, ali apresentado para numeroso público (eu e a Fernanda Takai gostamos muito da Susan Vega e do Luka).

https://coletivoesquina.files.wordpress.com/2010/03/foto1.jpg
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Com toda reverência ao espaço liberado para a música, bem que se deveria repaginá-lo e povoá-lo. Nos moldes da concorrência pública, autorizar aos licitantes vencedores abrir lanchonetes, lojas de bicicletas, skates e patins.

Shopping, não. Fast-food, não.

Vedada às grandes redes de alimentação, a atividade natureba (e lucrativa, pois não) seria permitida tão só a pequenos ou médios empresários do ramo, inclusive os estabelecidos fora de Brasília. Venderiam, em quiosques padronizados e afeitos ao ambiente, todas as espécies de sandubões e sandubinhos, vitaminas e sucos de frutas (polpa nem com autorização do biografado). Imagino, como paradigma, aquelas lanchonetes da Zona Sul do Rio de Janeiro, melões, laranjas, açaís, peras (portugas do acordo ortográfico, posso escrever “pêras”?), mangas, bananas (afinal, segundo o Ivan Lessa, somos o Bananão), pêssegos, mamões e frutas exóticas, tudo arrumado simetricamente nos balcões de madeira, com palha pra lá, vime pra cá, nada de aço escovado.

Para evitar pecado mortal, não se prescindiria da importação, livre de tributos, de azeitada (sem trocadilho) e memorável equipe de cozinha para processar a cada minuto, sem um errinho sequer, 1.574.938.439.887 pedidos de lanche repassados pela também infalível equipe do balcão, tudo aos berros e em gíria incompreensível para nós, reles mortais.

http://cidadeparalela.com/parque-da-cidade/
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Igualmente no setor de bikes, patins skates, seria exigida das empresas vencedoras montagem de quiosques harmônicos com as características do parque, estatuído de forma expressa que os calibradores ficariam acessíveis à clientela, gratuitamente, como se chuveiros de praia, não podendo os proprietários realizar operação casada: para uso do equipamento de ar, infligir ao pobre do ciclista compra de produtos ou serviços ofertados pela loja que foi instalada exatamente para viabilizar um bom passeio de bicicleta – com os pneus cheios.

 

28 de dezembro de 2013

(034)

mmsmarcos1953@hotmail.com

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