Poemas de uma paulista desgarrada (V)

Já choramos muito/Muitos se perderam no caminho/Mesmo assim não custa inventar/Uma nova canção/Que venha nos trazer/Sol de primavera/Abre as janelas do meu peito/A lição sabemos de cor/Só nos resta aprender (Beto Guedes)

Vou dizer isto sempre: sou carioca, sou candango – mas não desgrudo das Minas Gerais, terra do meu pai.

O poeta e compositor mineiro traz na música o vento (da velha Bibiana do Érico Veríssimo) e o sol de primavera (como dói, como dá saudade o Clube da Esquina). A sua vez, a poeta de São Paulo (terra onde nasceram minha mãe, em rápida passagem, e minha neta Alice) arrisca-se evocando neste setembro os raios solares e a lua com sua mania perscrutadora.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Eclipse
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eclipse

MIRADA

 Sol que “embraseia a lasca”
ardia no cerrado
com sua língua de fogo.

Todo ano, todoano.
Garganta berra gritando
a seca sede de justiça.

Entrava noite, saía dia.

A noite andava quieta.
Dava pra ouvir até onde
não mais não podia.

Chega de manso, paisano
que a lua, poeta, te espia.

 Dazi Antunes – 03/09/15

12 de setembro de 2015

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mmsmarcos1953@hotmail.com

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