A História é amarela 7 (Michael Schumacher)

(…) quando a gente se esforça demais para parecer uma versão melhor de nós mesmos, essa acaba sendo a nossa pior versão.
– Manuela Cantuária –

– Foi um momento muito dramático (acidente em 1999 na corrida da Inglaterra). Tive medo ao ver a parede de proteção se aproximando de mim numa velocidade altíssima. Um ou dois minutos depois do choque tentei sair do carro.

– Destravei o cinto, mas não consegui mover a perna. Os socorristas chegaram, porém eles também não conseguiam me tirar. Eu estava preso. Finalmente me tiraram e o médico me mandou deitar. Nesse instante eu tive uma experiência realmente estranha da qual ainda me recordo como se fosse ontem. Eu podia ouvir as batidas do meu coração, mas, de repente, tudo ficou escuro e senti que ele ficou batendo cada vez mais devagar até parar por completo. Foi exatamente isso, nessa sequência. Eu fui reanimado pelos médicos imediatamente, porém vivi uma cena que só tinha visto em filmes. Foi o pior momento da minha vida.

– Eu sou uma pessoa que acredita no destino. Minha profissão não é tão perigosa quanto parece. As possibilidades de morrer são muitas para todo mundo. Não acredito que, se parar de correr, terei maior chance de viver mais tempo. Nos primeiros momentos após o acidente, pensei em parar de correr. Depois percebi que correr é o que gosto.

– Senna sempre se dedicou muito ao que fazia. Sempre deu o máximo de si. O estilo de Senna era muito preciso. Parecia que dirigia sem muito esforço físico, tinha um talento natural. Nigel Mansell dirigia como um jogador de rúgbi inglês, e Senna, como um jogador de futebol brasileiro.

– No inverno eu sinto muito frio em torno do pescoço, nas mãos e nos pés. As temporadas de treino ocorrem sempre no inverno e nós pilotamos em temperaturas abaixo de zero. É estranho porque faz você sentir ao mesmo tempo calor em outras partes do corpo, como por exemplo nas costas. As costas sempre ficam molhadas de suor. Nas corridas em lugares quentes também não é confortável dentro do carro. O vento da velocidade não refresca nada ali dentro.

– Não sou emotivo quanto outros pilotos. Sou muito centrado e um grande pessimista(…). Por isso, minha dedicação é elevada. Isso não quer dizer que eu seja imune ao sofrimento. Fico triste e me sinto vulnerável como todo mundo. Talvez não demonstre tanto. Quando assisto a um filme romântico ou triste, muitas vezes choro como qualquer pessoa.  

– Não quero pensar nessas coisas nem como hipótese. Acho que meu destino está traçado. 

15/07/2025
(380)
mmsmarcos1953@hotmail.com

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