Histórias do teatro brasiliense (III)

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Vencemos o prefácio e a introdução. E o fizemos com um bom saudosismo.

Subsistem-nos, entretanto, dúvidas e incertezas em relação à data na qual o teatro de Brasília saíra do ovo (aqui, por enquanto, nada a ver com o Udi Grudi).

O socorro pra gente virá, não das estrelas do belíssimo céu de Brasília, senão que das estrelas do nosso firmamento cultural.

Humberto Pedrancini (por onde você anda, meu guru?);

Guilherme Reis (esse, já conhecedor dos corredores, gabinetes e projetos da secult);

Mangueira Diniz (Bella ciao, meu saudoso colega de Bacen);

Nivaldo Ramos (meu parceiro sonhador nas conversas do início do Mapati);

Chico Simões (bonequeiro de velhas e novas batalhas, artista mais político e político mais artista dos mais brilhantes de nossa safra);

Murilo Eckhardt (seu sacana, você embarcou há tantos anos deixando um buracão na cena teatral de Brasília).

“Ouçamos” as referências feitas a esses belos artistas pelo Eliezer Faleiros de Carvalho, no capítulo do livro objeto de nossa atenção, do qual ele é coautor:

“Entre as especulações sobre o início do teatro em Brasília, o ator e diretor teatral Humberto Pedrancini e o ator, diretor e produtor Gulherme Reis afirmaram que a primeira apresentação acontecida em Brasília foi realizada ainda no início da construção da cidade, no ano de 1957. Segundo eles, essa apresentação seria um auto de natal baseado em literatura de cordel.

“Nesse período era grande o número de nordestinos e nortistas que migraram para a consolidação da nova capital. Migrantes que trouxeram sua bagagem cultural com diversas manifestações de cultura popular do norte e nordeste, incluindo o teatro de bonecos. O diretor Mangueira Diniz cita as histórias que seu pai contava sobre a construção de Brasília, relatando que esses nordestinos faziam apresentações de teatro de bonecos nas carrocerias dos caminhões durante seus intervalos de almoço e também em seus horários de folga. Além de Diniz, o ator e diretor Nivaldo Ramos também cita relatos sobre essas apresentações e brincadeiras de bonecos. Essas apresentações aconteceram durante a construção de Brasília a partir do ano de 1956.

“Em seus primeiros anos, a capital, ainda sem grande número de habitantes, também apresenta um movimento teatral escasso. Se, nenhum movimento cultural reinante e sem grupos teatrais estruturados, o fazer teatral sobrevive em algumas apresentações esporádicas. Relembrando sua infância, o mamulengueiro Chico Simões narra apresentações de peças teatrais em igrejas evangélicas no início dos anos 60, na cidade de Taguatinga. Segundo depoimento de Murilo Eckhardt à Maria Duarte, surge em julho de 1960 no Clube de Teatro do Elefante Branco, o Teatro do Estudante de Brasília, dirigido por Maria José Braga Ribeiro. Eckhardt considerava esse como o primeiro grupo de teatro de Brasília. A estréia foi em julho de 1960, com o espetáculo A revolta dos brinquedos de Pernambuco de Oliveira e Pedro Veiga, que, segundo Eckhardt, teve um grande público.”

 

08 de julho de 2016

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mmsmarcos1953@hotmail.com

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