Poemas de uma carioca desgarrada (XII)

Como seria passar dos cinquenta anos? É muita estrada federal ou estadual rodada significando longo tempo de existência? Uma vida inteira ou só uma fração? Já é o ingresso na temida e debochadamente chamada melhor idade? Creio que não. Essa, a turma (sempre relutante, coberta de botox ou não) só atinge quando pisa na casa dosdez+dez+dez+dez+dez+dez. Mas não é look sessentinha, não. Isso aí é fácil, é tranquilo, basta se montar. Cuida-se de seis décadas – no vale de lágrimas.
Nascido em março de 1953, sob o atormentado signo de Peixes, pretendo ainda assim driblar tudo, chegar lá, sacudido e apaixonado. Ou quase.
Quase cinquenta e dois anos…
Meio século
Metade de cem+dois
Fra-ci-o-nada
Frases
Fases
Faces e
Nada
Fragmentos de um inteiro
Filamentos de um intento
Sofrimentos… um tanto
Fingimentos… nem tento
Encantamentos… muitos
de me deixarem até tonta
Fragmentos inteiros,
de pedaços grandes,
frações, quase totais
Fragmentos inteiros,
Partes de um eterno sonhar
Um eterno… Espera!
Não se impaciente
Confie! Creia!
Espere, vai acontecer!
Quase cinquenta e dois anos…
De quase puro devaneio
Esperei, Confiei, Cri!
De quase tudo envelheci
Agora… Crendo… Sendo
Só não aprendi como se faz
para se saber envelhecer.
(nORMA mARtINS – bHz, 25/mAR/2007)
22 de março de 2015
(122)
O seu futuro está em você (III)
O seu futuro está em você (IV)
Você pode gostar

Memórias/Memorialistas (LXXIX)
14/02/2023
Memórias/Memorialistas (LXXVIII)
03/09/2022