• Alguns guardados (VI)

    “Quanto mais o tempo nos distancia da realidade do passado, maior pode ser o choque depois. Porque os lugares mudam, a gente muda, e, mesmo que nada mude, nossa memória pode ter preparado uma verdadeira armadilha.” – Josimar Melo – Traços…

  • Poemas de uma carioca desgarrada (XXIII)

    (…) Ainda tem o seu perfume pela casa/Ainda tem você na sala/Porque meu coração dispara/Quando tem o seu cheiro/Dentro de um livro/Na cinza das horas– Adriana Calcanhotto – Atinjo neste blog a postagem 314, número da superquadra sul do Banco…

  • Fausto e Valter Embaixador

    Os rituais de passagem do tempo são momentos de luto ou de arrependimento pelo que se foi e, simultaneamente, tempos de previsão e de esperança. – Roberto da Matta – Desconheço se existem estatísticas sobre o número de retrovisores laterais…

  • Nascimento e Guerra

    Meu sangue de mangue sujo/Sobe a custo, a contragosto/E tudo aquilo que fujo/Tirou prêmio, aval e posto/Entre hinos e chicanas/Entre dentes, entre dedos/No meio destas bananas/Os meus ódios e os meus medos/E daí? – Milton Nascimento e Ruy Guerra –…

  • Memórias/Memorialistas (LXIV)

    Esquecer os mortos é o mesmo que matá-los uma segunda vez. – Elie Wiesel – Todo mundo pelejando para fugir do assunto, ninguém conseguindo.Não passa um minuto – sessenta segundos mesmo – sem ouvirmos Coronavirus ou Covid-19. Ainda vai ser assim por uma longa fase…

  • Seu Francisco

    Nossos momentos felizes de 2019 ainda estão lá, e os de 2020 já estão lá: o ano novo já é ano velho, e o ano velho ainda é ano novo.Henrique Gomes Inegável o aturdimento de todo o mundo com o coronavirus.…

  • Obsessões musicais (XXII)

                                                                                                                  Quem se cansa de andar encurta a vida; quem prossegue, afasta a morte para depois.Maria Zina – Apud Mario Sergio Conti Pré-adolescência minha, em Brasília, a gente (a gente, aí, quer dizer nós) debaixo do bloco, cansadíssimos de fazer nada,…

  • Memórias/Memorialistas LXIII

    Na velhice, memórias bem guardadas retornam com a vivacidade dos banhos frios. Agora há a fragilidade que faculta fantasias. Como um pôr de sol, vem o sentimento do que foi perdido e não pode ser consertado. A corcunda dos velhos…

  • A trisavó, a trineta e o carteiro

    Todas as cartas de amor são ridículas/Não seriam cartas de amor, se não fossem ridículas/Também escrevi, no meu tempo, cartas de amor como as outras, ridículas/As cartas de amor, se há amor, têm de ser ridículas/Quem me dera o tempo…

  • Intimidades

    “Pode entrar, amigão”, vibrou a recepcionista. Custei a acreditar que era comigo. Afinal, nunca a tinha visto na vida, sequer no comércio de doces e salgados, e a moça  já me abria a porta com a saudação aumentativa, um transbordamento…