Cristalina (IV)

“A partir de 1450, o mundo vivia importantes transformações. O comércio se desenvolvia, as cidades começavam a se fortalecer, uma nova classe social de comerciantes denominada ‘burguesia’ se enriquecia, os estados nacionais europeus começavam a se formar (inclusive, o primeiro estado a se formar foi o Português) e, nesse processo de desenvolvimento de transformações e mudanças, a América era descoberta.

Colombo chegava à América no ano de 1492, exatamente no dia da criança, ou seja, 12 de outubro.”

Primeiramente, a investida do Fernando nas artes cênicas; para nós, retorno ao distante 1994, ano em que acontecia a primeira produção teatral do Mapati: Somos o que somos.

“Colombo foi considerado o grande economista da história, aquele camarada que viajou não sabendo para onde, descobriu não sabia o que e era pago pelos Reis da Espanha, Dom Fernando e Dona Izabel de Castela.

Ao mesmo tempo, Portugal dava continuidade ao seu processo de chegar às Índias, rumo ao Oriente, por volta do ano de 1498. Alguns anos depois da chegada de Colombo à América, Vasco da Gama chegava às Índias.

Após a chegada de Vasco da Gama e buscando consolidar o processo da descoberta marítima para as Índias, Portugal organizou uma nova esquadra, que deveria confirmar a chegada portuguesa ao Oriente(…).”

É uma peça destinada em essência ao público adolescente, embora agrade geral. De forma picaresca e didática (aqui, algumas passagens do texto), aborda a História do Brasil desde o descobrimento até a Era Collor, tendo sido escrita por Marcio Padilha, irmão da Tereza, formado em História pela UnB e há muito tempo renomado professor dessa matéria em diversos colégios de Brasília. Saliento que, nos primórdios do Mapati, encontrávamo-nos perante típico caso de nepotismo bom.

Cabral – Mas, ô pá, Caminhas, eu tenho quase certeza de que o caminho para as Índias  é este! Tu não estás vendo? Olha aqui no mapa. Olha aqui!

Caminha – Tu estás perdido!

Cabral – Que perdido? Como estou perdido? Eu estou sabendo! Já fiz esta viagem! Se  não fiz, já vi este filme em algum lugar do passado! Eu não estou perdido!

Caminha – É, então o que é aquilo ali? São as Índias?

Cabral – Mas, ô pá, eu estou achando que é muito cedo pra chegar às Índias! O que será? Ô da Gávea, o que tem lá na frente?

 Terra à vista!

 No subsolo de nosso espaço cultural, ainda sem o terceiro pavimento terminado, os espectadores de tal encenação sentavam-se em balanços pendentes do teto e espalhavam-se pelo centro do palco. Aliás, tudo ali embaixo era palco. Mediante simples giro dos bancos de madeira, escorados por grossas cordas sem nenhuma tinta ou verniz, a plateia acompanhava as frenéticas e coloridas cenas desenroladas tanto ao rés do chão quanto nos platôs de dois metros de altura montados nas paredes laterais. Ao desempenho das nove talentosas atrizes, idade entre 13 anos e 18 anos, somava-se a participação especial do Fernando, que surgia no último ato, quase desnudo, enrolado na bandeira brasileira, como retratado no cartaz de divulgação.

O público gostava do que via. Pretendemos reapresentar o espetáculo em 2015, fortes no anunciado compromisso governamental de dar ênfase à educação.

Cristal4

 

05 de janeiro de 2015

(112)

mmsmarcos1953@hotmail.com

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