Poemas de uma carioca desgarrada (XXIV)

Poesia é uma forma de adestrar o espanto.
– José Eduardo Agualusa –

Marcam este blog comedimento, pruridos de modéstia, natureza reservosa, seus ritos litúrgicos rejeitam o bater de bumbo, notadamente se para enaltecer dotes artísticos de familiares.

Não é bem assim. Para impedir esvaziamento quantitativo do tópico de poesias por falta de novas colaborações (preguiça lírica dos demais membros de nossa confraria, o poeta piauiense José Rodrigues Martins Sobrinho e a poeta paulista Dazi Antunes Corrêa), logo começo a fuçar meus arquivos pessoais à cata de material.

Procura daqui, procura dali, vem à colação bilhete cordial. Minha irmã Norma recalcitra; complementa, no meu sentir, o poema Coração frouxo, também de autoria dela, difundido aqui sob o número 107, em 10 de dezembro de 2014.

ilustração: Banksy

CŒUR

Há o coração partido

Há o coração inteiro

Há o saudável,

O louvável,

O indelével.

O desprezível,

O irreconhecível,

O recorrente,

O que vai na corrente ~~~~

O que muito sente,

O que diz que sente,

O que se ressente,

O presente,

O passado,

O futuro.

O perfeito,

O cheio de furo,

O cicatrizado,

O magoado,

O imutável,

O consciente,

O renitente,

O que pressente.

O ausente.

O dorido,

O parido,

O pleno,

O fracionado.

O inconformado,

O deformado.

O saudoso,

O pretensioso,

O enorme,

O puro,

O impuro.

O de Criança,

O das Mulheres…

O dos Homens.

O de DEUS.
.
.
_______ Norma De Sá Martins*
___ BhZ, 22/AGO/2020.

#José Eduardo Agualusa
#Norma De Sá Martins
#Coração frouxo
#CŒUR

07/09/2020
(320)
mmsmarcos1953@hotmail.com

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