Cristalina (XIII)

Senhores passageiros e passageiras, está liberado a partir deste momento o uso de câmera de vídeo,  tablet, celular no modo aviãoe laptop.

Tinha comigo os dois aparelhos por último citados. Preferi rabiscar estas linhas na própria revista de bordo do voo que, partindo de Sampa, me trazia de volta a Brasília, cujo check-in  fora  por mim providenciado, ortodoxamente, no balcão.

Folga aos eletrônicos e prestígio às pessoas.

Já em terra, determinarei aos eventuais leitores e leitoras que continuem aqui pelo menos até o término desta série nuançada, esperanças e dramas. Não convidarei porque ninguém acederá, todos de pronto declinarão. É ordem mesmo, ordem de um blogueiro inzoneiro (esse, o título do livro que pretendo publicar reeditando boa parte deste blog. Uma recalcitrância).

O Alessandro, como se diz vulgarmente,  puxou cadeia. Na aparência recuperado após curso intensivo na chamada universidade do crime, o filho mais velho do casal passou a trabalhar com mais afinco, prosperou, sem se esquecer de ajudar nas despesas domésticas de cada mês.

A nova postura fora bem recebida e comemorada pois, de par com o reingresso do jovem no convívio social, havia que arrostar as dificuldades econômicas da família, agravadas pela circunstância de que, nessa época, ocorrera grave acidente de carro, um Ford Corcel, não o “moderno“ Corcel 2, mas o do tempo das cavernas, o modelo inaugural.

http://www.descalvadoagora.com.br/blogs/carros/wp-content/uploads/2013/04/foto-ford-corcel.jpg
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Muitas cidades do interior de nosso país são vocacionadas no particular para Havana, a mítica e mística capital de Cuba com  automóveis dos anos de 1950 e 1960 espalhados pelas ruas e garagens. Os brasileiros devotos e fanáticos proprietários de tais relíquias (não ligo muito para carros novos; quanto aos antigos, me deixam de joelhos) não os emprestam de forma alguma e são tomados por raiva indisfarçável quando alguém se aproxima, geralmente em posto de gasolina, para fazer a clássica pergunta (nem sempre séria e consequentemente): “Poxa, que beleza. Quer vender?”

Digressão feita, ilustração postada – apenas para procrastinar abordagem de mais uma tragédia. Ou duas. Ou três.

 

06 de maio de 2015

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mmsmarcos1953@hotmail.com

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