Poemas de uma paulista desgarrada (III)

Madrugada. Súbito, pulo da cama, extasiado.

http://techcenter.agilitynetworks.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=195:sincronismo-de-tempo-em-maquinas-virtuais&catid=92&Itemid=879
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Um chamamento, voz que provinha não sei bem de onde, nem suave, nem gutural: “Acorda, poeta”.

Delírio meu.

A exortação não era para mim, avisaram-me não tão sutilmente no ensejo. Eu não era poeta, tampouco o poeta; não poderia ser o destinatário instigado.

Tempinho transcorrido, ainda me recuperando do baque frustrante, tomo ciência de que o nome do indivíduo no convite, aflorado com aumentativo, apresentava-se autor de obra sinalizadora de doces inquietações.

CANÇÃO DE ACORDAR POETA
p/ Felipão Vitelli

Acorda, poeta.
Porque o esmaecido retoma sua forma
e se desfaz da antiga nitidez,
o mundo ganha cores e corpos outra vez.
Você tem que sair desse estado letárgico
e reanimar seu braço para esculpir no muro frio com que nos cercam angústias.
Traga-nos sua leve pena
para quebrar lógicas sedimentadas em nossas frágeis estruturas.
Se entrega de novo ao ofício diário de matar a sede de almas aflitas
carentes de luz que as façam suportar novamente
outra noite de existência.
Acorda, poeta.
A infinita monotonia dos ruídos da cidade
aguarda seu canto, seu sonho, sua viagem aos ares do imponderável.
Todos precisam voar, a rua não pode acabar logo ali,
na esquina…

(Dazi Antunes – 17/06/15)

 

30 de junho de 2015

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mmsmarcos1953@hotmail.com

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