O perfume (III)
Perfume é bom, tem fascínio, sobretudo se curtirmos o anúncio de um dos principais fabricantes do Brasil. “Romântica, a fragrância em edição limitada (…) traz a mistura da delicadeza do jasmim com o amadeirado do âmbar … é uma colônia rica em contrastes, elaborada para homens envolventes e torna ainda mais empolgante o desejo de conquista (…).” Portanto, vejam vocês – ou melhor, sintam vocês -, para subjugar, para dominar, os românticos ardilosos se valem direta ou indiretamente do aroma (amadeirado é covardia: prende, inebria, entontece. Obrigado, Elis Regina).
O “herói” do nosso livro, de olfato poderosíssimo, matava mulheres.
Matava exorbitantemente, neste contexto:
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“No século XVIII viveu na França um homem que pertenceu à galeria das mais geniais e detestáveis figuras daquele século nada pobre em figuras geniais e detestáveis. A sua história é contada aqui. Ele se chamava Jean-Baptiste Grenouille e se, ao contrário dos nomes de outros geniais monstros como, digamos, Sade, Saint-Just, Fouché, Bonaparte etc., o seu nome caiu hoje no esquecimento, isto certamente não ocorreu porque Grenouille tenha ficado atrás desses homens das trevas mais famosos em termos de arrogância, desprezo à raça humana, imoralidade, ou seja, em impiedade, mas porque o seu gênio e a sua única ambição se concentravam numa área que não deixa rastros na história: o fugaz reino dos perfumes.”
21 de junho de 2014
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O perfume (II)
O perfume (IV)
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