Obsessões musicais (VIII)

Não sou candango nem mineiro, nada de Brasília, nada de Minas Gerais. Mas como me desapegar desses dois lugares se estou de maneira simultânea entranhado nas montanhas e no cerrado, quase um paradoxo geográfico?

Cidade-céu, o meu pouso, onde moro por mais de cinco décadas. Aqui, nasceram minhas duas filhas e meu filho, Tiago, o Velha – que daqui partira no caminho do mundo dos sonhos.

Minas Gerais gestou o meu pai, o pai dele, o avô dele e um batalhão de antepassados, a formar árvore genealógica de galhos inúmeros. Igualmente da Terra das Alterosas eram a mãe dele, a avó dele e por aí (ou melhor, por lá) vai.

Capa do disco Geraes de Milton Nascimento Capa do disco Geraes – Milton Nascimento

Não dou conta de ouvir a rapaziada(?) do Clube da Esquina e de outros arraiais mineiros sem desmontar. Milton Nascimento atualiza os melancólicos campos e eu, figura urbanóide, ainda assim sou varado mais uma vez pelo banzo.

Fazenda

Água de beber
Bica no quintal
Sede de viver tudo
E o esquecer
Era tão normal que o tempo parava
E a meninada respirava o vento
Até vir a noite e os velhos falavam coisas dessa vida 
Eu era criança, hoje é você, e no amanhã, nós
Água de beber
Bica no quintal, sede de viver tudo
E o esquecer
Era tão normal que o tempo parava
Tinha sabiá, tinha laranjeira, tinha manga rosa
Tinha o sol da manhã
E na despedida tios na varanda, jipe na estrada
E o coração lá

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#Terra das Alterosas    #paradoxo geográfico    #árvore genealógica    #banzo
#Milton Nascimento    #Clube da Esquina    #Fazenda

13/09/2017

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mmsmarcos1953@hotmail.com

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