Parque da Cidade (IV)

3) Policiamento e segurança

http://rotadeseguranca.com.br/policia-militar-vai-patrulhas-algumas-ruas-usando-bicicletas/
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Fins dos anos 1960 ou início dos anos 1970. Maioridade.

Quem a atingiu nessa época (eu fui um deles, infelizmente, levando-se em conta o fator idade) se vê em dificuldades imensas para abordar e discutir questões ligadas com policiamento e segurança. É o tema vir à baila e começa-se a ouvir a trombeta da ditadura. Paranoia, neurose, psicose (obrigado, Alfred Hitchcock).

Porém, fiquemos trãkilos (minha mãe gostava de pronunciar assim): há muito tempo, os militares das três forças, amalgamadas na pasta da Defesa (desde sempre chefiada por civil), recolheram-se às suas origens e, tirando alguns falcões, voltaram à plenitude de sua missão, desenvolvendo as atividades profissionais com muito esmero e competência. Boa parte das polícias militares também, o que não inclui a daquele munícipio de Santa Catarina vocacionado para o balé russo, apressa-se em ressaltar o degas aqui (mais uma retirada do baú), novamente habitante da Série B do Campeonato Brasileiro.

Esquecer o dito acima, hora de foco (a maioria odeia essa palavra, inclusive eu, mas de vez em quando ela escapole).

Isso posto, eu lhes asseguro (sem trocadilho; gravíssima a atual crise na área da PM de Brasília) que este registro, concebido há algumas semanas, presta-se a uma queixa (sem BO), acompanhada de sugestões, aliás o verdadeiro propósito das postagens sob esse título. (Colega meu da unidade jurídica do Bacen foi anos atrás covardemente assassinado num dos estacionamentos do Parque da Cidade; tratava-se de profissional correto, a quem renovo minhas homenagens, extensivas à família).

Lamento que nosso verdejante e maravilhoso parque feche durante a noite seus espaços de lazer.

Preservada a integridade física dos frequentadores e frequentadoras, como seria interessante se pudessem os notívagos curtir ali um passeio, um caminhar pela pista de 10km, vencendo a madrugada de aterradora insônia e solidão, deixadas no recesso do lar.

Além da malhação, os concertos, os saraus. Imaginem: estação da seca, junho/agosto, frio seco, centenas ou, não improvável, milhares de pessoas reunidas bem depois da meia-noite mas antes, bem antes dos raios da manhã (horário da turma do atletismo e dos metidos a atleta). Algumas sentadas, outras deitadas no gramado (espetante, nada é perfeito; providenciemos então cangas, esteiras, toalhinhas), escutando os grandes clássicos da música erudita, deleitando-se com um chorinho, acarinhando o espírito com a suave, melodiosa voz do Paulinho da Viola?

O policiamento, distribuído em duplas de Cosme e Damião, deslocar-se-ia por todo o parque, silenciosa e atentamente, fazendo a vigilância em carros elétricos ou, no local mais próximo ao evento, em bicicletas elétricas também. Plateia enlevada e plena de segurança.

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Nada de polícia montada, o barulho dos cascos no asfalto, ademais de atrapalhar o show, poderia evocar a repressão dos meganhas aos protestos nas ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro contra o famigerado golpe de 64. Para o caos noturno, bastaria que um ouvinte sessentão, ainda rebelde sem causa, jogasse na pista as bolinhas de gude (só olhinhos, desperdício – obrigado, Dalton Trevisan) que sempre traz consigo no saquinho de pano. Strike.

 

04 de fevereiro de 2014

(043)

mmsmarcos1953@hotmail.com

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