Programa do Jô

Ontem, a TV Globo transmitiu o último “Programa do Jô”. Não o assisti, ainda. Ouvi apenas um pedacinho no rádio, em que o genial em tudo o que faz (mesmo quando fala um pouquito mais do que os/as convidados/as) desaba e prorrompe em choro ao declarar agradecimento e amor à plateia.

Escalaram o entrevistado que mais vezes se postou diante do apresentador e das canecas: o não menos brilhante Ziraldo, que, fundador e um dos incansáveis lutadores pela manutenção de O Pasquim (que saudade), é mineirinho acariocado, de Caratinga, distante 145km de Carangola, terra do meu pai.

Nós, do Mapati, tivemos a honra de ser entrevistados pelo Jô, no dia 24 de setembro de 2004.

Durante os preparativos com a equipe do programa (que gente cordata e simpática) para a gravação da entrevista, tomei bela surra de quase uma hora para conseguir estacionar nosso caminhão-palco na área próxima a uma das portas de saída do auditório. O quadrado media praticamente o tamanho do veículo, no qual, na última parte da entrevista, seria encenado trecho da peça O rapaz da rabeca e a moça da camisinha, do poeta e dramaturgo cearense José Mapurunga, um dos grandes parceiros de realizações artísticas de nosso teatro.

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Nosso elenco iria subir todo no palco. Porém, me deu um insight, quando numa tomada de camera vi a radiante figura da Tereza Padilha trajando o figurino da personagem Rebeca: ponderei que somente ela – aquele ser meio Tereza, meio Rebeca – se sentaria no célebre sofá do Gordo. Tecnicamente, pela beleza plástica surgida na telinha, resultou numa decisão acertada. Dureza é que por tal exclusão (ou não inclusão) minha neta Aline, então com oito anos, candidata a aparecer ali com destaque, chorou, chorou e chorou muito. Fiquei péssimo.

A entrevista pode não ter sido das melhores que o Jô Soares apresentou (https://youtu.be/MrANFD788Z0). Sei, no entanto, que ela foi reprisada no mês de janeiro de 2005.

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Nesses doze anos, coisas inúmeras de bom e de ruim aconteceram em minha vida. Ganhei mais três lindas netinhas, nos anos de 2006, 2008 e 2016. Nos intervalos, joguei de penetra partidas de futebol feminino no Estádio Mané Garrincha, tendo sido derrotado por um ataque mais poderoso que o do Barcelona.

Três goleadas tão fortes e devastadoras que solidificaram o fim do meu relacionamento conjugal de mais de trinta anos com a Tereza.

 

17/12/2016

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mmsmarcos1953@hotmail.com

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