Transplante fraterno

Podem achar que é por vaidade, não me importo.

Sempre que leio no CB matéria com a qual tenho algum vínculo, busco registrá-la neste blog. E não são necessariamente reportagens sobre o Teatro Mapati. Agora mesmo, nesse domingo, 16 de abril, a Revista do Correio referiu uma pessoa que admiro, que considero, que respeito, que sabe da minha inscrição do meu nome na lista dos seus fãs incondicionais.

É tão gentil que diz adorar sinceramente o que eu escrevo. De par com essa barbaridade, ela é aluna de ginástica (localizada) há anos e anos do meu genro Hermes e ainda é amiga de toda a minha família.

A partir de amanhã, vocês irão conhecer quem é a minha ídola, mulher corajosa e com uma puta história de vida (joguei esse palavrão que não é mais palavrão na esperança de ser brindado com sua retumbante gargalhada que conquista todo mundo).

Maria Paula, apresente-a por favor.

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Amor de irmãs

"Minha turma na adolescência era muito unida. Brasília tinha um ritmo diferente do que tem hoje e nossos dias transcorriam com uma tranquilidade que permitia que as amizades se aprofundassem com muita suavidade.

Algumas das amigas que estudavam comigo tiveram vidas extraordinárias e, apesar de não ter presenciado tudo de perto, por ter me mudado para o Rio de Janeiro, acompanhei as notícias com atenção, sempre torcendo por desfechos favoráveis.

Algumas se tornaram profissionais competentes, outras rodaram o mundo, mas, de todas as façanhas vividas pelas amigas mais chegadas do tempo de escola, a história mais impactante, sem dúvida, foi a das irmãs Pat e Tina. Elas eram loirinhas, sorridentes, lindas e cheias de vida… Todos adoravam estar em sua companhia.

Numa fase de vida em que as preocupações geralmente se resumiam a estudar para as provas, planejar viagens e namorar, nossa turma aprendeu a estar atenta aos sintomas sérios da hipoglicemia, pois Pat tinha, desde criança, um quadro de diabetes que precisava ser controlado.

Quando já morava no Rio há algum tempo, contaram-me que a saúde de Pat estava frágil e que sua irmã mais nova Tina, que, a essa altura, havia se casado e morava na Nova Zelândia com o marido e o filho pequeno, tinha voltado ao Brasil para socorrê-la.

Em sua imensa generosidade e movida pelo amor que só uma irmã muito sensível pode ter, Tina se ofereceu como doadora e se submeteu a uma cirurgia na qual retiraram seu rim para doação.

Todos ficamos extremamente comovidos com a nobreza do gesto de Tina e felizes com a rápida recuperação de ambas. Pat passou a ter uma rotina normal, longe das torturantes sessões de hemodiálise e até se tornou mãe, a despeito dos prognósticos médicos.

Essa trajetória repleta de momentos emocionantes agora virou livro. E é com muita alegria que tenho o prazer de convidar os amigos leitores a prestigiar, na próxima terça-feira, 18 de maio, a partir das 19h30, no restaurante Carpe Diem (104 Sul), o lançamento de Um pedaço de ti.

Que esse livro possa inspirar as pessoas a manterem a força e a fé, mesmo diante dos maiores desafios."

Maria Paula
Correio Braziliense
16/04/2017

18/04/2017

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mmsmarcos1953@hotmail.com

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