Bacenianas (VII)

“Pronto!”

Em regiões do Ceará, quando o turista pedia uma informação na rua, as pessoas locais, sempre solícitas, começavam a responder assim, sotaque delicioso:

“Pronto, esse hotel que você procura fica a dois quarteirões daqui, em frente ao prédio da unidade de saúde nº 00.”

Há cerca de cinco anos (não sei se algo mudou de lá pra cá), era habitual “proibir-se” andar de moto usando capacete em Tabuleiro do Norte, “terra dos caminhoneiros”, situada a duzentos e poucos quilômetros de Fortaleza e onde o Teatro Mapati, no caminhão-palco da companhia,  apresentou espetáculos num roteiro fixado pelos patrocinadores que já houvera contemplado Itabaiana (SE), Guarulhos e Aparecida do Norte (SP), Rondonópolis (MT) e Iconha (ES). O curioso, e perigoso, é que esses veículos de duas rodas, embolados aos milhares pelas ruas apertadas, transportavam dois, três, quatro ou até cinco passageiros, de todas as idades, de todas as classes sociais, mas nenhum deles com qualquer proteção para a cabeça.

A razão desse costume, tal o bordão do Arnaldo Cesar Coelho, era clara: região ainda com resquícios de pistolagem (tomara haja acabado a prática hedionda), o capacete assumia papel de vilão ao esconder dos transeuntes o rosto do eventual matador encarapitado na moto, sozinho ou tendo na garupa o cúmplice do homicídio a ser praticado, sob encomenda.

Do que foi dito até aqui, parece que estamos em capítulo do tópico Arte sobre rodas. Falsa impressão, o título e o texto respectivo não são pegadinha, continuamos sob o pálio do Banco Central num mergulho sobre episódios e personagens integrantes da história da autarquia. O “pronto” consignado lá em cima é mero aviso de que se esgotou meu tempo para fechar a participação do Ede e descrever as circunstâncias de meu primeiro enfrentamento do mundo burocrático dos despachos e pareceres. E a ordem é para que eu o faça imediatamente, portanto sem mais delongas.

http://www.central98fm.com.br/site/wp-content/uploads/2014/02/banco1.jpeg

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Isso, se eu não tivesse interposto recurso, afinal provido, em decorrência do qual me foi deferido prazo de até cinco dias para resolver a pendenga e concluir de uma vez por todas o tópico em causa.   

14/03/2017

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mmsmarcos1953@hotmail.com

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